terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tempo.

E essa dor no peito que não passa, quanto mais fotografias são passadas diante dos meus olhos, mais e mais lembranças transbordam por esse coração ferido pelo tempo, pelo abandono, pelo desleixo único de simplesmente deixar tudo aquilo que lhe era importante de lado. Dor maldita que não passa, que insiste em sobressair pelo corpo cansado e exausto da luta contra o próprio eu...

Como eu queria voltar, concertar os erros, concertar as escolhas, fazer de vocês a minha vida e poder fazer parte da vida de vocês, como é difícil, ver que todos cresceram, se esqueceram do que aprontaram, da época que se escondiam dentro da própria casa com medo de algo idiota que só uma criança pode fazer, da época que as inimizades eram apenas por causa de ciúme de outras pessoas perto daqueles que você intitulava melhor amigo.

O que mais dói é ver que todos foram para lados opostos e que isso não vai mudar agora, não vai mudar nunca, porque a vida é assim...

Todos tem um objetivo, um caminho a traçar, os sonhos que fizeram aos seus 10 anos hoje em dia já não importam mais, talvez haja a vontade sucumbida de realizá-los, todos eles, porém, talvez isso nunca aconteça, ou melhor, a vontade só continue lá. Enquanto continuamos crescendo, deixando pra trás a época que nossa personalidade era construída e por fim, não resta mais nada além da saudade.

Saudade da época que a inocência e a brincadeira andavam juntas, que as mais memoráveis épocas eram aquelas em que pagávamos micos tensos, saudade da época que eu dormia na casa das minhas amigas, mesmo elas morando na rua debaixo da minha.

Saudade, dor, choro, gritos, tudo num único lugar, num único ser, que agora jaz em frente a uma tela lendo coisas que fazem lembrá-la de tudo aquilo, folheando álbuns antigos e observando cada sorriso naqueles rostos infantis, naqueles rostos de criança que não voltam mais. Esse tempo faz falta e não vai mais mudar, porque o tempo é traiçoeiro, e sabe jogar.

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