quinta-feira, 20 de maio de 2010

Secret...

De certa forma, o frio me consome tanto quanto o vazio. É difícil virar-se e mostrar aos outros quem você realmente é, tanto quanto é difícil contar um amigo um segredo que pode mudar tudo, ou dizer algo que também faça mudar tudo, como um “eu te amo”... Cercada de mentiras continuei a viver, levei a vida da maneira mais cômoda que consegui, e hoje eu percebo que o que eu fiz foi inteiramente e completamente errôneo. Prendi-me em algo artificial para as pessoas gostarem de mim, as fiz conhecerem aquilo que eu as deixava verem, e tudo se desmoronou hoje, não que eu tenha contado a alguém o que realmente se passa, mas percebi que isso só me mantém em pé ainda por medo de ficar sozinha como das outras vezes.

É a mesma inquietude que me segue neste momento que eu uso para escrever linhas e mais linhas da maneira mais propicia, onde o único objetivo é satisfazer a minha vontade de dar com a língua nos dentes. Promiscua e oculta, fez-se a fala mais uma vez, deixando repousar no vazio híbrido de um ser inanimado e completamente morto.

As palavras são o único conforto, o meu conforto do desabafo, de selar um segredo, de mostrar o quão ruim ou bom foi o meu dia, apenas as palavras entendem o que eu quero dizer, pois elas simplesmente transparecem aquilo que eu quero esquecer. Outrora, este seria um texto fácil de se entender, mas hoje tente encontrar as peças para terminar o quebra-cabeça, eis seu desafio.

A secret, a life.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Etecetera e tal.

Nessa longa caminhada que chamamos de vida vários obstáculos nos esperam, mas há também as alegrias, ou melhor, as pessoas que nos proporcionam tais alegrias no dia a dia que já nem são tão comuns como antigamente.


Quase uma banalidade, mas é a realidade.


A vida cercada de segredos, desejos, vontades, sonhos inalcançáveis, amigos longínquos, verdades grotescas... Que felizmente ou infelizmente nos fazem crescer, nos tornando alguém.

Amores e paixões vividas e deixadas para trás, num passado quase esquecido, mas que ainda insiste em trazer as lembranças que você preferia deixar lá, no fundo de sua alma, onde o impossível é praticamente possível. Momentos e risadas aproveitados, tais que nem todos se lembrariam delas dali a algum tempo. Pessoas apagadas de suas memórias férteis e cheias de uma criatividade desconhecida. Vida marcada por sorrisos, lembranças, passagens, momentos.

Uma música que o faz lembrar-se de alguém especial, uma imagem em preto e branco que te faz lembrar alguma coisa, um presente antigo que te faz lembrar-se de quem era.


Denominação final, vulgo vida.


domingo, 2 de maio de 2010

Falando indiretamente.

A destreza nas entrelinhas mostram-na como forte e fria, mas por trás das palavras digitadas num bloco de notas existe uma menina doce, meiga, carinhosa, sonhadora. A inconseqüência de palavras desconhecidas jogadas ao vento como folhas secas a tornam esse ser, totalmente frio, totalmente desconhecido, deixando para trás apenas um mistério para ser desvendado por muitos que a cercam. Alguns a tornam fácil de ser lida, como se fosse uma página de um livro onde as palavras fossem comuns em seus dias normais, mas outras pessoas tem dificuldades imensuráveis para torná-la de fácil acesso, torná-la tão transparente quanto parece com a outras pessoas que ela mesma diz amar. Impossibilitada de usar as palavras certas, torna tudo quase que um jogo de vida ou morte, fazendo-os acreditarem que ela é simplesmente aquilo e que não há mais nada, apenas a frieza das palavras que expõe ao relento.