De certa forma, o frio me consome tanto quanto o vazio. É difícil virar-se e mostrar aos outros quem você realmente é, tanto quanto é difícil contar um amigo um segredo que pode mudar tudo, ou dizer algo que também faça mudar tudo, como um “eu te amo”... Cercada de mentiras continuei a viver, levei a vida da maneira mais cômoda que consegui, e hoje eu percebo que o que eu fiz foi inteiramente e completamente errôneo. Prendi-me em algo artificial para as pessoas gostarem de mim, as fiz conhecerem aquilo que eu as deixava verem, e tudo se desmoronou hoje, não que eu tenha contado a alguém o que realmente se passa, mas percebi que isso só me mantém em pé ainda por medo de ficar sozinha como das outras vezes.
É a mesma inquietude que me segue neste momento que eu uso para escrever linhas e mais linhas da maneira mais propicia, onde o único objetivo é satisfazer a minha vontade de dar com a língua nos dentes. Promiscua e oculta, fez-se a fala mais uma vez, deixando repousar no vazio híbrido de um ser inanimado e completamente morto.
As palavras são o único conforto, o meu conforto do desabafo, de selar um segredo, de mostrar o quão ruim ou bom foi o meu dia, apenas as palavras entendem o que eu quero dizer, pois elas simplesmente transparecem aquilo que eu quero esquecer. Outrora, este seria um texto fácil de se entender, mas hoje tente encontrar as peças para terminar o quebra-cabeça, eis seu desafio.
“A secret, a life.”
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